Dia dos Namorados. Como assim?
Por Luciana Fernandes
Antes de tudo eu afirmo: Sim, é
uma data comercial, como todas as outras que temos no calendário.
Inclusive os aniversários. Mas é preciso dinheiro para mover o mundo,
faz parte. Eu vejo como um bom motivo para comemorar e eu gosto muito
dos ritos de comemoração.
Para entender melhor essa história vamos mergulhar um pouco na origem
da data. Em alguns países, como os Estados Unidos, a data dos namorados
é comemorada dia 14 de fevereiro, o Valentines Day. Segundo a versão
mais conhecida a comemoração teria se originado na Roma antiga, no
século III. O padre Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio
II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que
os solteiros eram melhores combatentes (eu gostaria de saber qual o
fundamento disso). Ele continuou celebrando casamentos, apesar da
proibição do imperador. Valentim foi descoberto, preso e condenado à
morte. Enquanto ele estava na prisão muitos jovens lhe enviavam flores e
bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava o
cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um
carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução,
Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como
“Seu Namorado”.
Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte - 14 de
fevereiro - também marca a véspera de “lupercais”, festas anuais
celebradas na Roma antiga em honra de Juno (deusa da mulher e do
matrimônio) e de Pã (deus da natureza). Existe também a versão de que na
Idade Média dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de
acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam
esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta da amada.
Eu prefiro a versão do homem que morreu por amor, você eu sei...
No Brasil o dia nos namorados começou a ser comemorado no dia 12 de
junho a partir de 1949. Um publicitário chamado João Dória trouxe a
ideia do exterior e apresentou a comerciantes (esses publicitários são
um perigo). O mês de junho foi escolhido por ser um mês de vendas fracas
e justificaram a escolha desta data como sendo a véspera do Dia de
Santo Antônio, o santo casamenteiro.
Independente de quando for comemorado o dia dos namorados, em fevereiro ou junho, o mais importante é celebrar o amor.
O namoro é aquela fase em que satisfazer o outro é motivo de prazer.
Preocupar-se em agradar o outro é o mais legal. Claro que como a gente
colhe o que planta tudo volta para você, às vezes até em dobro. É
possível ser namorados a vida toda, basta que ambos queiram e façam a
sua parte.
Atualmente vivemos em uma época em que é possível assumir seus
amores, mesmo com o peso que nossas escolhas possam ter. Há algum tempo
atrás isso seria impensável. Afinal, viemos de uma cultura em que
casamentos foram feitos para durar a vida inteira. Mesmo os
profundamente infelizes e desenganados precisavam mostrar uma fachada de
perfeição. Era preferível viver parecendo estar juntos a tentar de novo
e ser feliz. A hipocrisia reinava e era preciso esconder a preferência
de cada um, seja ela por homens, mulheres, mais novos, mais velhos,
azuis, coloridos ou o que for. Tudo o que ferisse o modelo criado de uma
família-feliz-de-comercial-de-margarina era ferozmente condenado e
proibido. Não que hoje não existam críticas, claro que elas existem e
nada ficou mais fácil, mas a coragem de lutar para ser feliz fala mais
forte (ainda bem!).
Luciana é designer, blogueira, artista plástica, artesã,
escritora, imortal da Academia Cachoeirense de Letras – ACL, mãe da
Laura, amor do Leonardo e vai ser “namorada” dele a vida toda.
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